Quem sou eu

Minha foto
Atrás sempre de um ponto de equilibrio e do desenvolvimente responsavel

30.6.11

Suicidio da Agricultura - Rubens Ricupero

Suicídio da agricultura


Por Rubens Ricupero (*)

Se a agricultura brasileira não conseguir sustentar a impressionante trajetória das últimas décadas, será devido à incapacidade de resolver com inteligência o desafio do meio ambiente.

Talvez não haja na história econômica do Brasil nenhum exemplo tão indiscutível de transformação de eficiência e produtividade como na agropecuária. Essa modernização só se tornou possível graças à pesquisa tecnológica, que erradicou o pessimismo sobre a agricultura tropical.

A tecnologia, afirma-se, permitiria expandir a produção sem devastar mais a floresta e o cerrado que restam. Os 70 milhões de hectares de pastagens degradadas poderiam servir de reserva à expansão agrícola ou florestal.

Em teoria, tudo isso é verdade. Na prática, o que se vê é pouco. Sinais positivos como o aumento de produção em proporção maior do que a expansão da área plantada são largamente compensados pela destruição. De forma inexorável, a fronteira agrícola avança rumo ao coração da floresta amazônica.

O choque da devastação em Mato Grosso estimulada pelo projeto de lei aprovado na Câmara provocou a mobilização do governo em verdadeira operação de guerra. O resultado foi pífio: a destruição apenas se reduziu marginalmente.

Essa mesma desproporção entre esforços de preservação e resultados precários, geralmente revertidos logo depois, caracteriza o panorama de desolação em todas as regiões e em todos os biomas: mata atlântica, caatinga, Amazônia, cerrado, árvores de Carajás convertidas em carvão para o ferro-gusa.

As entidades do agro protestam que suas intenções são progressistas. Contudo o comportamento de parte considerável de seus representados desmente as proclamações. Mesmo em Estado avançado como São Paulo e lavoura rentável como a da cana, quantos recuperaram as matas ciliares de rios e nascentes?

Tem-se a impressão de reeditar o debate sobre o fim da escravatura. Todos eram a favor, mas a unanimidade não passava de ilusão.

É fácil concordar sobre os fins; o problema é estar de acordo sobre os meios e os prazos. Sempre que se falava em datas, a maioria desconversava: o país não estava preparado, era preciso esperar por futuro incerto e distante.

Em 1847, um agricultor esclarecido, o barão de Pati de Alferes, se escandalizava com a aniquilação da mata atlântica no manual prático que escreveu sobre como implantar uma fazenda de café: "Ela mete dó e faz cair o coração aos pés daqueles que estendem suas vistas à posteridade e olham para o futuro que espera seus sucessores".

De nada adiantou: o café acabou devido à destruição dos solos. A joia da economia imperial deu lugar às cidades mortas fluminenses e paulistas. Não foi só naquela época. No auge da pecuária no vale do rio Doce, como lembra o ex-ministro José Carlos Carvalho, um hectare sustentava 2,8 cabeças de gado; hoje, mal chega a 0,6!

Produto do passado da erosão e da secagem das nascentes, o processo agora se acelera por obra do aquecimento global, que atingirá mais cedo e mais fortemente áreas tropicais como o Brasil. Sem compatibilização entre produção e ambiente, o destino da agricultura será o do suicídio dos fazendeiros fluminenses e do rio Doce.



*Artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo no dia 26 de junho de 2011





http://oglobo.globo.com/blogs/ecoverde/

22.6.11

O CRIME PERFEITO

Todos os dias forças país atuam na repressão ao roubo de cargas e aos mercados de produtos roubados, ao trafico de drogas e de animais, e contra a pirataria e ao jogo ilicito.  São atividades que reunem hoje milhares de pessoas, de idosos a adolescentes, mulheres e crianças, sendo que comunidades inteiras vivem disso, sustentando economias locais com o dinheiro do crime.  Para alguns trata-se de uma brutal injustiça, da teimosia de se aplicar leis burras, atrasadas, etc.

Em recente artigo, um blogueiro pró-ruralista, Ciro Siqueira, tratou alguns eventos graves envolvendo a fiscalização ambiental como demonstrações de uma fiscalização burra e desumana, por matar e arruinar comunidades, acusadas de violarem leis ambientais, tidas como estupidas.

Sem entrarmos no mérito de as leis serem ou não burras, fato é que não se justifica alguem viver do ilicito, do crime, de sair de sua terra natal para um lugar distante para viver do crime.

O ruralismo vem pregando o ódio cego ao ambientalismo, em nome de uma reaçao justa contra  o ódio cego ambientalista.  Leia o artigo:

http://www.codigoflorestal.com/2010/07/o-crime-perfeito.html

3.6.11

Mudar o Brasil

O Brasil não será mudado por ninguem que hoje está no poder ou que está lutando para usá-lo.  O sistema politico e eleitoral é ruim, a começar pelo voto obrigatorio e pela impunidade dos politicos que prometem e nao cumprem.

Nem esquerda, nem direita, nem católicos, nem evangélicos, nem verdes, nem desenvolvimentistas, existem posições, necessidades, demandas, que não dependem desses senhores.  Vamos nos libertar disso, o Brasil precisa de boa gestão e não de ideologias.

O Brasil não será mudado apenas pela Educação, além de se querer demais dos professores, qualquer boa lição é facilmente vitimada pelas ideologias pregadas pelos meios de comunicação, inclusive os canais religiosos.  O jovem que é formado para ser alguem digno quando cai no mundo adulto, no trabalho, no funcionalismo publico, passa a viver uma DESCONSTRUÇÃO, se assim podemos dizer, pois a pratica da vida brasileira destroi qualquer construção moral feita nos mais jovens.

O sucesso dos malfeitores liquida qualquer bom projeto, liquida qualquer sonho.

Para o Brasil mudar precisamos de Educação, da escolar a assistencia tecnica, mas precisamos de bons exemplos, de gente bem sucedida por fazer o certo.

Bem sucedida por fazer o certo, uma multidão mesmo que pequena, de pessoas felizes por fazerem o certo, tendo acesso ao consumo (moderado), a bons serviços, a saude - isso equivale dizer que precisamos de muito mais gente construindo um sistema paralelo, um estado paralelo, em vez de ficarmos dando murro em ponta de faca, enxugando gelo, soprando poeira, para ver se o Brasil muda apenas com nossos exemplos pessoais, como ilhas querendo domar um mar.

Mas, não sejamos tolos.  Nada disso seguirá adiante em plena paz, tolerado pelos que se beneficiam da farra, logo, devemos estar todos preparados para contra-atacar, destruir o adversário, lutar.

Se há algo que poderá um dia ser colocado no curriculo de cada um, para orgulho maximo, feito unico, esse algo será ter lutado por construir um outro país.  O vazio interior, a insatisfaçao que não passa, a revolta que não é extinta, a indignação que não se apaga, tudo isso acabará quando um dia pegarmos o destino pelas mãos e formos a luta.