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Atrás sempre de um ponto de equilibrio e do desenvolvimente responsavel

28.1.11

Manipulação Global

A Globo tenta nos passar a imagem - e sobre muita gente tem conseguido - de ser a paladina da verdade e legitima representante da sociedade, representante eleita pelos indices de audiencia e pelo grau de participação (interatividade) dos telespectadores, internautas, etc.  Mas, aqueles que colaboram com a Globo (ou a Record ou a Band, se preferires) precisam rever sua conduta, não só porque estão viabilizando lucros faceis da empresa como dando a ela respaldo politico, meios para obter credibilidade, etc.

A Globo é manipuladora, discipula e parceira que é das grandes redes de midia dos EUA, as mesmas que viabilizaram a mobilização dos cidadãos daquele país em favor da barbarie no Iraque e Afeganistão.  Pois bem, duas demonstrações singelas da iniciativa manipuladora estão aqui:

"Saiu hoje no Bom Dia Brasil materia sobre uma fabrica de refrigerantes no MT que deu premio humilhante a funcionário. A matéria não diz o nome da fabrica, afinal de contas, grande anunciante da empresa, mas, pela imagem rapida dá pra ver que é a COCA COLA, essa toda politicamente correta....


http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2011/01/justica-de-mt-indeniza-homem-por-levar-trofeu-lanterna-no-trabalho.html

Ao mesmo tempo que omite informação, ela manipula imagens, sem som, encaixando-as fora do contexto na pauta jornalistica, como foi o caso da noticia da reunião ministerial de Dilma em Brasilia, onde se discutiu, dentre outras coisas, a liberação de dinheiro para a região serrana do Rio, pelo video, sem som, encaixado no meio do triste noticiario da desgraça, aparecem ministros e Dilma rindo, depois mostrados já sérios. Ao telespectador atento, ficou evidente a sordidez da equipe jornalistica do JORNAL NACIONAL, obviamente, a equipe de governo não estava rindo da desgraça alheia - nem fariam isso na frente das cameras, se fosse o caso - veja:

http://g1.globo.com/videos/jornal-nacional/v/reuniao-discute-liberacao-de-dinheiro-para-prefeituras-atingidas-pelas-enchentes/1411064/#/Edições/20110114/page/1

Divirta-se

26.1.11

Tome um Porre

Dias atrás, no trabalho, nossa equipe estava sob uma pressão enorme para resolver uma questão, no final do dia mas não do trabalho (que continuaria no dia seguinte) meu superior (também sob a pressão) me disse: "faça como eu, tome um porre, alivia pra caramba, vez em quando eu faço isso, principalmente depois de uma pressão dessas".

Olhei para ele e lhe disse: "eu não sou escravo" e expliquei, na verdade apenas lembrando a aquele macaco velho, que a lógica da exploração é essa, nos submetemos para satisfazer os caprichos de um patrão irresponsavel e ambicioso, em vez de estabelecer limites e dizer "não" na hora certa, ao nos submetermos sem limites agimos como escravos e isso é confirmado quando exaustos no final do dia enchemos a cara, a pretexto de ter prazer, ou descarregamos em nossos familiares, que nada tem a ver com isso e que nos esperam no final do dia.

É a velha estória da cachaça e a relação de trabalho entre camponeses e fazendeiros, do uisque e a relação de trabalho entre patrões e operários e funcionários de escrítório, das brigas nas portas de botequim no fim do expediente, da porrada dada na namorada ou na esposa, ou nos filhos.

E o mal não para por aí, que o digam os estadunidenses, com seus filhos literalmente abandonados nas mãos da industria das drogas amigada com a prostituição e a industria musical, para que a América do Norte continue sendo a potencia irresponsavel e ambiciosa de sempre.

Resista!  Diga o seu "não", imponha limites.

16.1.11

A LIÇÃO DA SERRA

A sensação que tenho diante das informações da catástrofe na região serrana do RJ é de que nada disso servirá de lição e que as medidas necessárias não serão tomadas.  Entretanto, uma outra parte de mim vê no governador Sergio Cabral um politico de nova geração e com outros desafios - 2014 e 2016 - e algo me diz que poderemos ter uma mudança, a adoção de 50% das medidas necessarias, o que já seria muito bom.

O que você lerá aqui é um artigo duro e intragável, mas cujo teor não deve ser desprezado, em nome da tua propria vida! 

A tragédia está composta de dois fatores potentes: 1. o fator natural, um periodo chuvoso extremo, resultante de dois processos meteorologicos; 2. o fator humano, a farra das ocupações e conversões negativas do uso do solo.

O fator natural pode ser atribuido a soma do corredor de umidade que liga a Amazonia ao Centro-Sul (potencializado pelas mudanças em curso há 30 anos na Amazonia) com o fraco anticiclone extratropical que se formou no oceano, bem longe, mas bastante ativo para puxar a umidade do mar e de terra.  Ver as fotos do GOES neste link:
http://www.inmet.gov.br/projetos/sepis/GOES12/AMERICA_SUL/AS12_IV201101110245.jpg

Foram horas e horas de chuva resultando num volume proximo ao que caiu em abril na capital, a cidade carioca.

Dificilmente uma região coberta por florestas e dotadas de rios preservados consegue sair ilesa de uma pressão pluvial como essa.  Porém, estando o ambiente alterado e, em alguns casos, bastante alterado, o choque é devastador.  Fosse uma região preservada e distante, certamente sequer saberiamos do problema, como é a rotina na Amazonia, por exemplo.

O fator humano é o grande e decisivo complicador.  A região serrana vem há pelo menos 30 anos sendo carcomida pelo sonho urbano, principalmente dos cariocas, de ter um refugio montanhês, viabilizado pela industria imobiliaria.  Esta, como sempre, despreza as leis ambientais e o bom senso tecnico, para não entrarmos na questão das fraudes de cartório, uso da pistolagem contra posseiros, etc.  Essa industria, como sempre, financia os politicos amigos, simpáticos aos seus interesses, tornando-os campeões a cada eleição municipal.  Conta também com prestimosos funcionários publicos, que aprovam projetos e travam fiscalizações, fazendo mal uso de seus cargos de chefia.  Com isso, o sonho do paraiso montanhês é viabilizado, como se fosse algo puro e inofensivo, para nós, cidadãos urbanos, que não estamos nunca muito preocupados em saber da idoneidade dos nossos benfeitores imobiliários.

Acontece que, para este sonho ser materializado, precisamos de servos, ora bolas!  Gente mal paga para fazer faxina, vigilancia, para construir, para fazer reparos, para nos servir nos restaurantes e bares, para cuidar dos jardins e produzir nossa comida, ou para cuidar de nossos animais de estimação.  Essa gente irá morar aonde?  Irá morar nas invasões e favelizações, estas outras fabricas de votos, mantidas sempre na pindaíba para que o voto saia barato e facil ao politico que poderia acabar de vez com a pindaíba.

As favelas surgem nos piores terrenos, desprezados pelo especulador que espera ganhar mais.  Os condominios surgem nos melhores terrenos, expulsando a atividade produtiva agrária, dos criadores e produtores.  Na serra, culturas de morango, de hortaliças, foram substituidas por loteamentos caros.

E todos violam as leis ambientais, porque o espaço é pouco - sendo pouco, pouca gente deveria estar ali, mas... Sempre há um jeitinho.  Espaço pouco?  Ocupemos as margens dos rios e as encostas.  Oras, rios de montanha são perigosos, falsamente seguros, são rios que crescem com as chuvas, é de sua natureza.  As encostas de montanha também são frageis, seu solo é uma casca argilosa assentada sobre rocha, íngreme e escorregadio.  Não há segurança nisso, é óbvio.

Dizem agora que os prefeitos - nunca se fala dos vereadores - não avisaram ninguem, que passaram a vida toda mentindo.  Ora, esse povo não vê TV?  Não lê jornal?  Ou será que assiste, por vontade própria, livre escolha, a essa programação vagabunda das radios?  Será que lê apenas os jornais sangrentos e eróticos, os mais baratos?  Será que só presta atenção no BBB?  Na novela?  No futebol?  A resposta é SIM.

Mas, e o que dizer dos ricos que sofreram também?  Ah... Começamos a encontrar razões comuns.  A razão comum é essa: o azar só cai sobre os outros, sobre mim não.  Por que deixarei de aproveitar uma oportunidade?

Quem conhece a região serrana sabe que chuvas fortes, cheias e deslizamentos são uma rotina anual, morre um ali, outro perde um quintal, mas vai-se levando, porque o prazer e o ganho compensam.

Pois bem, Deus decretou o fim da impunidade, da farra.  A uns deu uma segunda chance - que agradecem dizendo que "só Deus mesmo" - a outros esse mesmo Deus levou (desta autoria ninguem se lembra, conveniente a mente humana) ou arruinou, deixando só com a roupa do corpo.

O que Deus quer - e ouso dizer isso - é que não vacilemos da proxima vez, porque terá outra.  As coisas são como são, cabe a cada um viver de forma que não vire presa, vitima, amanhã, não sendo mais mal ou burro que já é, mas sim mais prudente, humilde, mais comedido, mais sábio.

O que cabe agora?  Enterrar os mortos, devolver a vida aos sobreviventes e organizar uma reconstrução que não refaça os abusos punidos, mas dê para a região uma ocupação lucida, digna e respeitosa.  O que cabe agora - caberia - é apurar responsabilidades, mesmo que pareçam tão difusas.

A sociedade tem uma oportunidade de ouro, lambuzada de sangue e lama, de fazer melhor.  Terá ela interesse nisso?

13.1.11

O Caos das Chuvas

Razões para os episódios em curso:


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1. quem mora no leito maior de rios e corregos está sujeito a padecer quando há cheias além do habitual; quem mora em regiões serranas íngremes está sujeito a padecer quando chuvas ultrapassam a capacidade dos terrenos de escoa-las com segurança, fazendo descolar a capa de solo, com ou sem floresta.

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2. tecnicamente, sabe-se que há um ciclo de recorrencia de grandes eventos, esse dado é levado em conta, p.ex., nos projetos de barragens e hidreletricas - normalmente, o projeto estima em 30 anos o tempo para recorrencia - mas isso não é levado em conta pelos arquitetos que planejam loteamentos ou a expansão das cidades, aliás, por incrivel que possa parecer, os arquitetos e urbanistas não são profissionais qualificados para tratar de planejamento territorial - apesar do CREA dizer que sim.  Não têm nos seus cursos a formação em ecologia, geologia, climatologia, nada relacionado ao meio e com substancia.  A sociedade, crente na mistica do saber destes profissionais, embarca nos projetos que um dia se revelarão danosos, burros.  Ok, há exceções.
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3. quando uma encosta desaba sobre o leito de um rio, ele entope o rei, barra a corrente, que não para de descer e que, num determinado momento, rompe a massa de sedimentos e escombros, criando uma "tsunami" de lama, pedra e escombros, numa furia varias vezes mais destrutiva que a enxurrada original.
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4. o desmatamento da Amazonia, a partir do norte do MT, estaria favorecendo a liberação mais rapida e volumosa de vapor de agua - antes retido e liberado de forma dosada pela floresta - com isso, mais vapor de agua entra no fluxo atmosferico, que faz a curva de sempre (de sempre) sobre a Bolivia e volta-se para o Centro-Sul. Assim, nos ultimos 40 anos, o avanço da exploração floretal PREDATORIA e dos usos alternativos do solo (lavouras e pastagens), vem favorecendo chuvas mais pesadas no Centro-Sul.
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5. Ao chegar aqui, esse vapor de agua encontra mais vapor de agua, dos locais daqui sem floresta e da evaporação do mar. Percebam que não é frente fria, como diz a imprensa, mas frente quente, que vem do Oeste e não do sul, pelo corredor de umidade amazonia-pantanal.
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6. São Paulo não teria mais garoa? Assim como todas as cidades não têm mais orvalho, isso se deve ao fenomeno "ilha de calor", que impede que seja atingido o ponto de orvalho, pois a atmosfera urbana é mais aquecida.
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7. a atmosfera é mais aquecida não apenas pela alvenaria que acumula calor durante o dia e o libera a noite, mas, pelo calor liberado por maquinas eletricas, iluminação e a combustão.

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8. as cidades seguem os interesses da especulação imobiliaria, das industrias e dos construtores, eles financiam os politicos, que obtem votos da população que, EM BOA PARTE, acha frescura ou exagero os alertas de tecnicos, PRINCIPALMENTE DOS TECNICOS DE ORGÃO PUBLICOS, anonimos, que preocupados com o publico e não com fama, tentam inutilmente sensibilizar cidadãos e autoridades, e reprimir os abusos. A sociedade aposta na impunidade, que tudo vai dar certo, daí ocupa as margens de rios, as encostas, os brejos, as praias, tudo, de forma inadequada. Profissionais sem qualificação e idoneidade habitam orgãos de planejamento municipal e de urbanismo, legitimando os interesses dos predadores imobiliarios, é gente que tem o dever de fazer a Lei ser respeitada, mas que despreza algumas delas, como o CODIGO FLORESTAL, imposto apenas sobre a parte rural da sociedade brasileira.
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9. Resultado dos abusos?  Em São Paulo estão investindo altas somas na construção de piscinões, futuros problemas sanitários, porque os brejos foram extintos.  Estão investindo em poderosos conjuntos de bombas, para escoar aguas, porque desfizeram o sistema natural de drenagem.  No Rio de Janeiro, capital, novas areas frageis e problemáticas estão sendo tomadas pela cidade, a despeito de alertas tecnicos.
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A imprensa é boa amiga dos violadores, pois vive de anunciar lotes, casas, condominios e apartamentos, antes mesmo de terem licenças - o que é crime.  Vende espaço publicitário sem ao menos ter a decencia de verificar se os imoveis estão regulares - é business seu tolo (digo pra mim mesmo, não se sinta ofendido).
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Os politicos há décadas faturam apoio doando lotes ou registros de regularização de moradias, esperteza de ambos os lados.
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Quando as coisas apertam, com fiscais tentando agir, se os politicos não conseguirem frea-los, entrarão em cena os parceiros da Justiça, seus amigos de sociedade secreta, secular: juizes, desembargadores e promotores tratam de anular atos punitivos, remoções e denuncias.  No final, todos se dão bem, até o dia em que a Natureza, ou Deus, resolve sanar a impunidade coletiva.