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Atrás sempre de um ponto de equilibrio e do desenvolvimente responsavel

28.4.10

Matando o Licenciamento Ambiental

Me incomoda a persistencia das acusações que a sociedade vem fazendo, através de seus políticos, empresários e formadores de opinião, contra o licenciamento ambiental e mesmo a toda política ambiental, de atravancar o progresso do país e de nos submeter a interesses estrangeiros.




Para inicio de conversa, a política ambiental vai mal sim, afinal de contas, assim como a educação, a segurança e a saúde, ela é produto da postura da própria sociedade, e são exatamente os acusadores os principais responsáveis por fazer da política ambiental mais um caso “para inglês ver”, gente que tem todas as condições para fazer as coisas certas, mas não faz.



A defesa do uso racional dos recursos naturais e humanos e o desejo de preservar a biodiversidade e cenários que nos encantam são velhas demandas brasileiras, a mais ilustre voz foi José Bonifácio, que muitos brasileiros nem sabem quem foi. Ainda hoje, são escassos os meios para se projetar e executar a política ambiental, resultado disso é, por exemplo, a transferência ao empreendedor do ônus de se estudar a área visada e elaborar relatórios de impacto ambiental, obviamente medíocres e tendenciosos.



O licenciamento ambiental vai mal porque ainda hoje falta conhecimento da realidade ambiental brasileira, faltam pesquisas, divulgação, organização de trabalhos, de dados, etc. Vai mal porque falta pessoal capacitado enquanto sobra improviso e má gestão do recurso humano. Vai mal porque o Estado brasileiro persiste no excesso burocrático como arma inútil contra abusos e para proteger incompetentes com poder de decisão. Vai mal porque os próprios requerentes de licenças trabalham mal, deixam passar prazos, fazem projetos ruins, etc. Vai mal porque quem manda nos órgãos públicos são os políticos, representantes de uma sociedade alienada e oportunista, e que estão sempre dispostos a subverter a máquina publica em favor de seus amigos.



O político é, normalmente, o cara que se especializou em explorar demandas de pessoas e empresas, usando disso como escada para o poder. Normalmente, não entende do funcionamento da maquina publica, muito menos da missão do órgão ou setor dado a ele como parte da jogatina do poder, mas sabe pintar de verde o urubu para vende-lo como papagaio a essa sociedade, já definida. Uma vez lá dentro, ele precisa de funcionários interessados em satisfazer sua vontade (e em protege-lo) em troca de cargos, facilidades e outros privilégios – é assim que, normalmente, nascem os funcionários de carreira, que ascendem justamente por cumprir essa missão, geralmente infame, porque envolve pressões contra funcionários sérios, acobertamento de corrupção e outros desvios, chute nas prioridades reais para favorecer projetos eleitoreiros e, enfim, a transformação do licenciamento em mero exercício burocrático.



Esse malfeitor eleito precisa de uma curriola de funcionários para embasar seus atos, sem eles ele não é nada, nada faz. E é no seu gabinete, sigiloso, que ele tratará dos casos específicos, dos requerimentos de licença valiosos, nesta hora entrando as vezes a criação de dificuldades para vender facilidades. E aí está o ápice da perversão: quanto mais sério o julgamento técnico contrário ao projeto, mais alta será a propina cobrada pelo supremo senhor para que este encontre um caminho liberador...



Contra a situação ruim do licenciamento e sem denunciar os motivos e os responsáveis, os acusadores pedem agilização, chega de burocracia e de radicalismo! Viva o Brasil!



O político atende, simplesmente dando corda para os radicais se enrolarem (e, se possível, se enforcarem) e pedindo empenho aos carreiristas para que sustentem o atropelamento das leis e da moral públicas. A seriedade vai para o espaço, porque, como sempre, não há tempo para ficar-se discutindo falta de pessoal, de pesquisas, de equipamentos, etc, etc. A agilização do licenciamento é um termo bonito para esculhambação criminosa.



A Justiça assiste a tudo isso como sempre assistiu a tudo, os meios de comunicação permanecem na sua habitual superficialidade conveniente e os parlamentos continuam como balcão de negócios. E todos, no final das contas, mostram-se muito preocupados com o aquecimento global...

20.4.10

O Mesmo País

Belo Monte foi arrematada por um consorcio azarão, ou seja: de menor poder de fogo, ou de realização.  As facilidades oferecidas pelo Executivo federal - governo Lula - serão custeados com o nosso dinheiro, na ordem de 6 bi.

Belo Monte foi licitada apesar da luta judicial, luta que buscou chamar a atenção da justiça federal para a lista de duvidas escabrosas envolvendo o projeto e o posicionamento critico dos tecnicos do IBAMA, que não podem ser simplesmente acusados de trabalhar para interesses estrangeiros, como é a acusação ao Greenpeace - chamemos a atenção para o fato de Belo Monte estar sendo feita para fornecer energia a mais um empreendimento multinacional exportador na Amazonia.

O país que aprova Belo Monte é o mesmo que aposenta a juiza que manteve uma menor de idade na mesma cela de marmanjos no Pará.  O PREMIO para a juiza por ser no minimo omissa neste crime barbaro foi a aposentadoria.  O MP alega que vai processa-las, mas, alguem acredita nisto?  Como fica também o caso do pedreiro pedofilo e seria killer de Goiás?  Os psiquiatras serão punidos?

Esse é o Brasil que repudio e esses são os brasileiros dos quais me aparto, porque brasileiro é o traficante de pau-brasil e desse tipo se espera qualquer coisa...

Eleições 2010

A cada eleição cresce em mim a certeza de que somos atuns cercados por uma rede de mentiras, na borda das quais estão partidos politicos e outras empresas avidas por nos fisgar, estripar e comer.

A nossa saída - para os que querem ser povo e ter uma nação - é nos libertar do Estado, dos partidos e dessa mentalidade tacanha que nos torna dependentes deles.

A LÓGICA DA FAVELIZAÇÃO

Por que temos favelas?  É a pergunta que muita gente faz e que não vive em favela, pergunta que revela a magnitude da alienação, principalmente quando vem de pessoas com bom nivel de instrução e experiencia de vida.  Enfim, por que temos favelas?

Porque elas são imprescindiveis ao modelo de desenvolvimento.  Vou ser curto:

1. para eu construir prédios, viadutos, calçadões, portos, industrias, condominios, eu preciso de ter uma multidão de pessoas dispostas a receber muito pouco e a trabalhar em condições ruins, como maquinas humanas descartaveis;

2. para eu ter faxineiros, garçons, babás, porteiros, policiais, motoristas, prostitutas e até enfermeiros e professores eu preciso pagar mal, eles ainda têm que morar perto do trabalho;

3. para eu continuar "me achando" eu preciso que meus funcionários sejam mal qualificados, mal instruidos ou alienados como eu, mas mal remunerados e vivendo em condições piores, pois eu não suporto pensar na idéia de vê-los frequentando os mesmos lugares que eu, tendo as mesmas coisas que eu, etc, etc.

Mal remunerados, mal instruidos e informados, pressionados a morar perto do trabalho se não perdem o emprego... Para completar, o setor imobiliário (cujos cabeças são da minha classe) não produz unidades dignas para essas pessoas, para a sua renda.

Logo, essas pessoas irão buscar, perto do trabalho, terrenos desprezados, ruins, perigosos, para ali montarem suas moradias.  Elas não têm saída.  Para piorar, seus filhos viverão abandonados, pois pais e mães terão de trabalhar, ou estarão aniquilados mentalmente pelos vicios.  Todos estarão sujeitos ao choque cultural, a visão da ostentação e do desperdicio que os "patrões" sustentam para sua indignação.  Qualquer ato de protesto ou solicitação será entendido como ato de subversão e tratado como tal.  Acuados, estarão a mercê dos lobos vestidos de cordeiros: politicos, religiosos, ONGs, midias, etc.

Qual o resultado disso depois de gerações e gerações?

10.4.10

9.4.10

Chuvas no Rio 2

Até agora, sexta-feira, a Rua Caruaru está quase toda tomada de 'bancos' de areia, a Rua Marechal Jofre que dá acesso a quartel dos bombeiros e a hospital particular, tem na sua entrada um grande 'banco' de areia de dificil transposição até para ônibus.

Fotos da Chuva no Grajaú

As duas primeiras fotos são da primeira hora de chuva (é o que normalmente acontece a cada toró), a chuva virou a noite, a rua permaneceu um rio por 12 horas, as tres ultimas fotos são da manhã seguinte.

6.4.10

Chuvas no Rio

Em 24 horas choveu no Rio 300 mm, batendo todos os eventos anteriores e registrados pelos órgãos oficiais - ou seja: não quer dizer que outros eventos nao tenham ocorrido no passado.

O estado acumula mais de cem mortos, prefeituras declarando estado de emergencia, orgãos publicos fechados, também os privados. Colapso nos transportes nas primeiras 12 horas. Gente virando a noite na rua a espera do transporte para voltar para casa, sem saber como estava em casa...

Politicos se defendem, opositores acusam.

O que causou isso?

1. Em 24 horas cair 300 mm de chuva numa infra-estrutura de drenagem e contenção que não está dimensionada para isso? Não há como suportar, o evento natural tem proporçoes de catástrofe mesmo.

2. A geografia do municipio do Rio é hostil a cidades com este porte e complexidade - fora a desorganizaçao. O municipio não deveria ter uma cidade com este perfil, o resultado é esse e tem gente defendendo a ampliação dela para areas também complicadas, como Vargem Grande.

3. A cidade é hostil a geografia ao menosprezar regras e leis basicas de convivencia com a realidade ambiental, por isso, mesmo nas chuvas menores, a cidade sofre.

4. não adianta culpar favelas, a ocupaçaõ irregular nas encostas não é a causa maior, ocupação irregular ocorre também na baixada. O fato de um empreendimento ou construção ter licença oficial não significa garantia de que ele é correto ambientalmente, mas não é mesmo! A cidade entrou em colapso justamente aonde ela é formal, legal: vias expressas, bairros formais, etc. As favelas sofrem com os deslizamentos, mas, em Niterói, casas de alto padrão desceram também.

5. Os politicos se justificam, defendem seus projetos e alegam, até com certa razão, que os problemas superaram os meios de prevenção e tratamento. Acontece que os politicos gestores são responsaveis pelo crescimento da cidade, pela permissão aos vetores desse crescimento, o atual prefeito tem pouca responsa nisto, o anterior a maxima.