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24.8.10

CBF e Novo Centro de Treinamento

No ano passado a CBF reuniu representantes da FIFA, do governo estadual do RJ e da Prefeitura do RJ, para lança a pedra fundamental do novo centro de treinamento da entidade, num terreno na Baixada de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, capital, bem ao lado da futura Vila Olimpica de 2016.  Muita euforia.  O Ministerio Publico já se preocupou.

O local está a jusante da APA das Tabebuias, uma pequena UC criada para enquadrar um empreendimento imobiliario que ia destruir remanescente de ecossistema a perigo no municipio carioca - e que continua a perigo.  O terreno previsto para o centro é um brejo, uma area alagada.  A região é quente e infestada por mosquitos, totalmente diversa da Granja Comari, em Teresópolis - por que a CBF vai sair de Comari, lugar lindissimo e agradável, são, para ir se instalar naquele lugar tórrido e insalubre?  Será que Comari será vendida para virar empreendimento imobiliário?

Conforme noticiou a imprensa, o terreno em Jacarepaguá foi comprado pela Prefeitura e doado a CBF...?  A CBF com seus milionários contratos com a Nike, a CBF dirigida pelo Sr. Ricardo Teixeira, que convocou Dunga com o intuito de acabar com a era "boate-pagode" que entregou a copa anterior, naquela mexida de meia de Roberto Carlos.

As obras do novo centro deveriam ter começado nos primeiros meses de 2010, mas não aconteceram até agora.

Da Dificuldade de se Mudar o Brasil

Não são poucos os brasileiros que esboçam ideias de mudança no país, sejam mudanças setoriais ou pontuais, sejam mudanças de alcance maior, nacional.  Outros saem do campo das ideias e vão para a ação, como no caso da Ficha Limpa.

Mas, as mudanças, quando ocorrem, vem a passos de tartaruga e pontuais, podendo ser neutralizadas pelos malfeitores, uma questão de tempo.

A Ficha Limpa, p.ex., é uma boa ideia, mas está a mercê daqueles politicos mais astutos e precavidos, que podem desarmar as denuncias quando chegam no Ministerio Publico, ou numa delegacia, ou num orgão de fiscalização, por suas relações de amizade e interesse.  Se prestarmos atenção, p.ex., na Maçonaria, veremos ali como politicos, juizes, promotores, jornalistas, advogados, empresarios, se relacionam e troca ajudas.  É só uma hipótese.  A denuncia que caia em mãos erradas será calada, perdida nos meandros burocraticos ou guardada numa gaveta, para ocasião oportuna - como acontece frequentemente com a imprensa, com certas denuncias que a ela chegam.

Os politicos manjados não têm como escapar, o Ficha Limpa é realmente um transtorno para eles, digam o Srs. Roriz e Maluf, mas, estou esperando o mecanismo pegar o Cesar Maia, do RJ. 

Os projetos de leis revolucionarias têm de passar pelo crivo dos parlamentares, de seus partidos, não havendo pressão popular, caem no esquecimento, havendo são empurradas, a espera do esfriamento de animos, para ser engavetada; não havendo esfriamento, anda-se com os projetos, tramando-se a ocasião para altera-los conforme a conveniencia.  Não havendo ocasião, o projeto passa - ufa! - mas ele pode sair mutilado, desvirtuado, fora isso, temos a via crucis, o da aplicação. 

E aí temos outros problemas: o Estado desaparelhado para a aplicação da Lei, fiscais de menos, boa parte incompetente, chefias de mais, também boa parte incompetente e oportunista, falta de recurso materiais, excesso de demandas, interferencia politica... Isso para as leis que passam.

A democracia é um exercicio árduo mesmo, uma maratona com obstáculos e manés querendo nos agarrar e nos jogar no chão.  Por isso, antecendendo qualquer projeto de lei tem que haver uma ampla reflexão e um bom comprometimento de muitos com a causa.  Hoje, esse comprometimento passa pelos abaixo assinados online, que, acredito, um dia perderão o respeito.

Por fim, me preocupa o papel da imprensa ou da grande midia, que continua limitando-se a tratar as questões com superficialidade e tendenciosidade, quando não se omite, como no caso da democratização dos midias.

E a briga continua

Sob o pano morno das eleições continua o embate de forças sobre a revisão do Codigo Florestal.

As ONGs ambientalistas, lideradas por Greenpeace, ISA, WWF, etc, encontraram um sujeito disposto a briga (e com competencia): Ciro Siqueira, agronomo do Pará, que se transformou no mais acido critico do ambientalismo e o mais ardoroso defensor da extinção do Codigo Florestal.  Ciro de certo modo representa os interesses dos proprietarios rurais amazonidas e, porque não, de outros tantos do país.

Infelizmente, a briga do CF permanece restrita as propriedades rurais e aí está uma grossa injustiça.  As cidades hoje colecionam um grande passivo ambiental, seja dentro de seus muros, por conta dos empreendimentos imobiliários e construções publicas - como é o caso do Rio de Janeiro, de Belo Horizonte, de Manaus, Salvador, Brasilia, etc, seja fora, porque as cidades vivem do cimento, da carne, da soja, do leite, da madeira, do pescado, do milho, que são produzidos por atividades que ocuparam o lugar das florestas, brejos, restingas, cerrados e caatingas.  Empurrar o ônus para cima do proprietário rural é muito cômodo, ele está em minoria, o voto de um fazendeiro é atropelado facilmente por 500, 1.000, 10.000 votos urbanos.

O Codigo Florestal precisa ser revisto, assim como toda a politica ambiental e de desenvolvimento.  Não podemos consentir que na Mata Atlantica, com menos de 7%, se exija RL de 25% apenas.

Toda a divida ambiental da sociedade brasileira, relacionada a agenda verde, está hoje no lombo dos proprietários rurais.  O que é de interesse publico não está sendo assumido pelo poder publico, mas empurrado para o privado.  A mira das ONGs e da sociedade deveria ser mudada, para o Estado brasileiro.  A onda de queimadas no Brasil central testemunha o quão o Estado está omisso, enquanto não se cansa de bater nos proprietários rurais, que têm sua dose, mas nem tanto.

O ambientalismo BR precisa encarar o problema corretamente.  Enquanto isso não acontece, o embate continua, troca de ódios, enquanto o Estado permanece como está, e a situação geral também. 

1.8.10

Correndo Atrás do Prejuizo

Matéria do Globo Rural interessante mostrando o empenho de proprietarios de terras no Mato Grosso, cabeceira do Xingu, em compensarem os danos ambientais gerados nas APPs.  Há aspectos tecnicos interessantes para se discutir devido as caracteristicas especificas do caso.

http://globoruraltv.globo.com/GRural/0,27062,4370-p-20100725,00.html

Parabens aos produtores, liderados pelo John Carter.

Boicotes, multas e pressões sobre a imagem dos produtores surtem efeitos.  Infelizmente.  Mas, duvidas surgem:
1. O Governo Federal quando atraiu produtores para a Amazonia com incentivos desconsiderou o Codigo Florestal ou houve abuso dos produtores sob a vista grossa de agentes publicos?
2. As multas são abusivas ou não?  Não pode uma multa levar o produtor a vender suas terras e benfeitorias, como não pode obrigar ao fechamento de uma industria ou uma imobiliaria?  Ou pode?
3. A erosão das terras é a herança que os pais desbravadores estão deixando aos filhos, tudo igual ao "sul maravilha";
4. Os indios estão preocupados com o que lhes chega com os rios e pelo ar, pois estão a jusante dos lançamentos de agrotóxicos e da erosão/
5. Invasores estão afetando as RL e APPs de produtores, esses invasores são responsabilidade de quem?  Dos produtores?  Do MST?  Do Incra?
6. Qual o papel dos órgãos oficiais na condução desse esforço de recuperação das areas?

As tecnicas que estão sendo utilizadas no reflorestamento são diversas:
1. acabar com a pastagem e cercar as areas, para haver regeneração natural;
2. semeio mecanizado de coquetel de sementes, leguminosas de ciclo curto sombreadoras/nitrogenadoras com arvores pioneiras e secundarias;
3. plantio de mudas produzidas em viveiros;