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24.8.10

E a briga continua

Sob o pano morno das eleições continua o embate de forças sobre a revisão do Codigo Florestal.

As ONGs ambientalistas, lideradas por Greenpeace, ISA, WWF, etc, encontraram um sujeito disposto a briga (e com competencia): Ciro Siqueira, agronomo do Pará, que se transformou no mais acido critico do ambientalismo e o mais ardoroso defensor da extinção do Codigo Florestal.  Ciro de certo modo representa os interesses dos proprietarios rurais amazonidas e, porque não, de outros tantos do país.

Infelizmente, a briga do CF permanece restrita as propriedades rurais e aí está uma grossa injustiça.  As cidades hoje colecionam um grande passivo ambiental, seja dentro de seus muros, por conta dos empreendimentos imobiliários e construções publicas - como é o caso do Rio de Janeiro, de Belo Horizonte, de Manaus, Salvador, Brasilia, etc, seja fora, porque as cidades vivem do cimento, da carne, da soja, do leite, da madeira, do pescado, do milho, que são produzidos por atividades que ocuparam o lugar das florestas, brejos, restingas, cerrados e caatingas.  Empurrar o ônus para cima do proprietário rural é muito cômodo, ele está em minoria, o voto de um fazendeiro é atropelado facilmente por 500, 1.000, 10.000 votos urbanos.

O Codigo Florestal precisa ser revisto, assim como toda a politica ambiental e de desenvolvimento.  Não podemos consentir que na Mata Atlantica, com menos de 7%, se exija RL de 25% apenas.

Toda a divida ambiental da sociedade brasileira, relacionada a agenda verde, está hoje no lombo dos proprietários rurais.  O que é de interesse publico não está sendo assumido pelo poder publico, mas empurrado para o privado.  A mira das ONGs e da sociedade deveria ser mudada, para o Estado brasileiro.  A onda de queimadas no Brasil central testemunha o quão o Estado está omisso, enquanto não se cansa de bater nos proprietários rurais, que têm sua dose, mas nem tanto.

O ambientalismo BR precisa encarar o problema corretamente.  Enquanto isso não acontece, o embate continua, troca de ódios, enquanto o Estado permanece como está, e a situação geral também. 

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