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17.2.06

Gripes

A todo momento o noticiário fala sobre o avanço da gripe aviária pelo planeta, que já chegou na Europa. Por enquanto, apenas uns poucos infelizes que tiveram contato direto com aves doentes ou com doentes humanos contrairam a doença. Segundo site da BBC, o indíce de mortalidade é de 50%, por outro lado, uma pesquisa feita na Ásia revela suspeitas de que o virus não ataca apenas o sistema respiratório, podendo estar envolvido com doenças radicais e subitas naquela região - ou seja: o número de vítimas estaria subestimado.

O drama da possível pandemia reside no fato de que os pesquisadores precisam ter nas mãos a variante ou cepa do virus responsavel por ela, não adianta investirem os caros e complicados recursos hoje para inventar uma vacina que poderia nascer superada pela cepa pandemica, pegando todos no meio do caminho.

A criação de uma vacina para virus depende de um processo que envolve ovos embrionados. Para cada dose precisa-se de um ovo, logo, para os 180 milhões de brasileiros seriam precisos 180 milhões de ovos, de aves susceptíveis a gripe também - ou seja: será que o plantel de aves no país, para tal uso, sobreviveria a uma pandemia? Por outro lado, a vacina é criada pela inoculação do virus no embrião, que depois é morto e o virus neutralizado, para virar vacina - o problema do virus H5 é que ele é tão letal que mata o embrião no ovo! Os cientistas terão que possuir um virus criado em laboratório, semelhante ao H5, o que ainda não existe.

Fala-se muito das aves migratórias como fator de disseminação da doença, contudo, esse é um argumento pífio diante desse: uma ave migratória que saia dos EUA, p.ex. (que seria a nossa rota) leva dias ou semanas para chegar ao Brasil, já um vôo Miami-São Paulo, com centenas de passageiros, leva menos de 15 horas. As aves européias não voam para o Brasil, mas um vôo Lisboa-Rio leva 7 horas, tempo suficiente para infectar os mais de 200 passageiros, transformando o avião numa bomba biológica.

Então, essa estória de ave migratória é, na verdade, uma forma de colocar a natureza mais uma vez como bode expiatório da tragédia.

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