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3.8.06

Eleições 2006 e o Voto Nulo

Que surpresas estão guardadas para o pleito de 2006 relativas ao voto nulo?

O voto nulo vem sendo cogitado por alguns, intenção que surgiu e veio crescendo espontaneamente, principalmente entre os que votaram em Lula, movimento que foi adotado por uma legião de pseudo-profetas e agitadores, que agora se arvoram em promotores de uma "grande campanha nacional".

Entretanto, a despeito de ser um defensor do voto nulo, em determinadas condições (vide site), passei de uns tempos para cá a refletir sobre os riscos do mesmo.

Se os mais críticos e insatisfeitos votarem nulo, ganharão espaço ainda maior as facções organizadas, como os evangélicos, as máfias, os radicais de esquerda e os de direita. O Rio de Janeiro está sendo pródigo com relação aos evangélicos e mafiosos, vide as cadeiras na Câmara municipal obtidas pelos chefes de grupos de extermínio.

Mas, o que me preocupa não é o voto nulo, que a meu ver não chegará a 25%, que poderá quando muito justificar projetos de voto facultativo numa reforma, o que preocupa é a instabilidade previsível a frente.

A desordem parece estar a vista: um governo de Lula reeleito, desmoralizadíssimo, açoitado por opositores de todas as cores, com um congresso ainda mais desmoralizado, com mais bandidos que antes. O país acuado por ações ainda mais terríveis do crime organizado pé-de-chinelo, do MST, com mais gente falando em golpe, em crise, com empresariado ainda mais inquieto com o adiamento ou parcialidade das reformas, com o petróleo chegando a 100 dólares... Cenário perfeito para pretensões golpistas ou para que os quatro anos seguintes sejam marcados pela formação de candidaturas para 2010 baseadas na radicalização moralista e reformista - Lula governando, governadores conspirando, facções também.

Não parece haver condições para uma nova ditadura militar, mas sim para um golpe realizado por militares com o governo sendo entregue imediatamente a um civil do gosto dos interesses privados contrariados ou ameaçados. Conseguirão os banqueiros manter seus agentes no poder?

Sim, penso que uma ditadura ou um governo autoritário pode estar no horizonte, posto como única forma de se realizar as reformas pretendidas pelos grandes interesses privados e por grandes máfias, temerosos de que a radicalização reformista caia nas mãos de pessoas certas. Os figurões já devem ter no bolso um plano B, para o caso de Lula pifar no meio do novo mandato.

Plano B: um governo autoritário civil, apoiado por militares e escorado por um discurso de combate ao crime organizado, de reforma politica e econômica, apoiado pela velha e oportunista classe média, por sindicalistas brandos e pelo grosso do empresariado - se o grosso do crime organizado (juízes, grandes especuladores, grandes grileiros, bicheiros, etc) se deixará ser engolido? Não sei, tradicionalmente, o crime organizado graúdo paga campanhas e segue atrás...

Um governo que também poderá fazer do Brasil a base de operações secretas dos EUA contra os governos de esquerda vizinhos (derraderia reação), que poderá ser hostil ao ambientalismo e ao indigenismo, inspirado em teorias de conspiração, que poderá fechar o Congresso, tudo em nome da moralidade e nacionalismo.

Candidatos: Aécio Neves e Ciro Gomes.

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