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30.6.09

Que Exu Caveira que nada

QUE EXU CAVEIRA QUE NADA

Começou a lenta retirada das tropas dos EUA no Iraque, estimadas em mais de 130 mil pessoas, fora a parafernália bélica. O anuncio da retirada foi comemorado pela população iraquiana, inclusive com fogos e contagem regressiva, prova de como os norte-americanos são queridos por honrar seu papel histórico de libertadores...

Os EUA saem devagar para não deixarem transparecer o fracasso retumbante.

Foram seis anos de uma invasão que era para durar semanas; ao longo desse tempo, as forças ocidentais mataram dezenas de milhares de pessoas, muitos civis - alguns dizem que mataram mais gente que a longa tirania de Saddam Hussein. A infra-estrutura do país foi destruída, os poços de petróleo viraram alvo de combates não revelados pela imprensa, envolvendo iraquianos contrários a invasão e mercenários contratados pelas empresas dos EUA e Inglaterra – mercenários apresentados como mocinhos pelos documentários da National Geographic e outras, bancadas por este capital anglo-americano;

Os EUA seis anos atrás surpreenderam os iraquianos, que se julgavam aliados do Tio Sam; Saddam Hussein não era mais útil, os EUA tinham de executar o seu plano de controlar a fantástica jazida de petróleo da região e também os campos de gás da Ásia – daí a guerra contra o Iraque e no Afeganistão. A Arábia Saudita, uma ditadura islâmica sangrenta, já era parceira fiel há anos, agradecida pela impunidade que os EUA deram a ela.

Saddam e seus agentes foram destruídos e o país árabe mais ocidental da região viu-se aberto aos movimentos separatistas e a Revolução Islâmica made in Iran. Ora, se ser aliado dos EUA é viver sob uma ditadura atroz e humilhante, por que não investir nos aiatolás?

Seis anos em que a industria bélica e empreiteiras dos EUA e da Inglaterra fizeram a festa, como o dinheiro do contribuinte de lá. Franceses, alemães, russos e chineses ficaram a ver navios, o Tio Sam lhes tirou o pão da boca – de fato, eles tinham crescente influencia sobre o Iraque. O dinheiro dos Simpsons, do cidadão estadunidense, foi usado pelo seu governo para sustentar o esforço de guerra, enquanto o sistema de saúde e a educação definhavam a olhos vistos. Seis anos em que a mídia dos EUA e da Inglaterra atuaram, como lhes convem, sem pudores, como porta-vozes da tirania dos interesses bilionários envolvidos, semeando suas informações por meio de outras mídias, de outros países, parceiras desse grande negócio que é a informação. Seis anos em que igrejas receberam malas de dinheiro para promoverem Bush como o “justo que ora e age” em favor da civilização cristã.

No Iraque, os ocidentais mataram e morreram. As tropas estadunidenses são formadas basicamente por jovens negros e latinos (como nós). Desse modo, a guerra no Iraque serviu para os EUA se livrarem de uma fração dessa população indesejada, mas vital a vida deles. Quem viu o filme “O Bom Pastor” sabe do que estou falando. Jovens pobres, tolos, idealistas e desesperados, usados como buchas, para, depois de limpa área, entrarem os verdadeiros falcões!

Agora, empresas de petróleo se agitam diante da promessa de um pacote de licitações de exploração do petróleo iraquiano, a ser promovido pelo governo do país pacificado... Será um jogo de cartas marcadas? Será que as empresas dos EUA e da Inglaterra deixarão que as licitações corram sem corrupção e fraude? Parece óbvio que não.

Com demônios deste tipo, quem precisa do Exu Caveira?

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