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Atrás sempre de um ponto de equilibrio e do desenvolvimente responsavel

10.5.10

Como Crescer sem Degradar?

No Brasil todos os anos milhares de jovens desgarram do salário dos pais para ganhar o seu, todos os anos milhares de pessoas entram na praça de consumo, no mercado, atrás de energia, alimentos, roupas, lazer, saúde, moradia, além de saneamento. Nossos empresários buscam todos os anos manter ou ampliar seus negócios diante das variações do mercado, dos competidores, das oportunidades, etc. Nossos políticos tentam saciar demandas de grupos diversos, fora as suas.




Como conciliar isso com a natureza?



E por que temos de conciliar progresso com a natureza? Quem está preocupado com macacos, arvores e peixes? Quem está com a vida saciada, quem não tem ambições maiores - essa é a visão da imensa maioria de cidadãos, para os quais a natureza é, quando muito, fonte de meios de progresso, pois, para eles, o progresso parece se dar sem qualquer relação com a natureza, como o leite - que dá em caixas de papel. A natureza tem força própria, ela pode se virar diante da poluição, do desmatamento, da desertificação, etc.



Entretanto, a própria saúde humana e produtividade deste progresso dependem a sanidade ambiental, então, a natureza tem uma utilidade: garantir o bem estar humano – ok, então, vamos conservar aquilo que a ciência definir como muito necessário a nós; porém, a ciência é falha e não conhece tudo, o que vier a ser destruído com aval cientifico pode se revelar amanhã como perda irreparável e grave. Isso nos remete a idéia de que nada na natureza é fútil ou descartável, que todos têm o direito de viver e o nosso consumo ou excreção devem ser responsáveis, respeitosos. Aí já entramos num ponto doloroso para muitos seres humanos, o de respeitar o próximo, já sendo dificílimo aplicar isso a outro humano – as próprias igrejas se encarregam ainda hoje de justificar os abusos.



Alegam os desenvolvimentistas que não há conciliação ou, quando muito, pode-se reservar áreas inférteis, imprestáveis, ao progresso (segundo o atual modelo) para a conservação de frações dessa natureza – melhor seria se os conservacionistas se virassem para ter o seu mundinho, em vez de se gastar dinheiro publico com isso.



A questão, na verdade, está aqui: os que decidem e impõem regras estão visceralmente ligados aos promotores do modelo vigente, e destrutivo, de desenvolvimento. Assim, para um outro modelo dominar, é preciso que ele gere riqueza e uma oferta apreciável de itens alternativos. Ninguém vive de vento ou de palavras.



Exemplos alternativos estão aí, a riqueza pode ser gerada por royalties da bioprospecção, da energia solar, da produção orgânica, da construção usando reciclados, do aproveitamento de resíduos, da correta administração de unidades de conservação, da criação/cultivo de espécies nativas, da venda de tecnologias limpas de produção, etc, etc.



Mas, como dissemos, os que decidem e geram emprego, renda e tributos estão atrelados aos velhos modelos, velhos modelos de produzir, de excretar, de tratar as pessoas, etc. Logo, a mudança tem que vir do trabalho dos que a querem, não do trabalho dos que a rejeitam

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