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9.3.11

O BRASIL PODE QUEBRAR

O BRASIL PODE QUEBRAR


Eu não estou só, eu sei, pois, como eu muitos pensam também. O que você lerá aqui é um exercício de reflexão sobre o que estamos vivendo e no que poderemos ter nos próximos anos.

O Brasil parece muito bem: muitas obras bilionárias de infra-estrutura, moradia, muitos bilhões sendo injetados no Pre-Sal, na agropecuária exportadora, nos projetos para a Copa e as Olimpiadas. O bilionário Eike criando vários negócios, herdeiro que é da agenda secreta de seu pai, chefe durante anos da mais valiosa empresa de mineração do mundo, a Vale – valor esse evidente nos muitos negócios e vitórias da empresa pelo mundo.

Uma engenharia contábil tem dado ao governo brasileiro índices muito favoráveis, coisa como superávits inflados, PIBs surpreendentes, etc. Antes que o amigo diga que isso é culpa do governo petista, recomendo que consulte a história.

O Estado brasileiro hoje se vê obrigado a praticar taxas de juros altas, para atrair capitais especulativos, que compram os papéis do governo, que serão resgatados lá na frente, com estes juros, daqui meses ou anos; assim, lá na frente o Estado terá de possuir a grana para pagar estes juros, mas, a esperança é que, estando o Brasil bem, os credores poderão rolar, adquirindo novos papéis, com juros tentadores.

Com essa grana que entra, o Estado brasileiro paga seus gastos e investimentos, muitos deles de má qualidade: as inchadas folhas de pagamento de pessoal, o desperdício por incompetência, negligencia, etc, o que é desviado pela corrupção. Poderiamos dizer que o Estado viveria com 50% menos de gastos, mas, na pratica não vive, porque a gestão publica é péssima, movida por interesses de grupos políticos e de seus aliados privados – é a velha estória. O país não anda conforme a boa técnica, o bom senso, a honestidade, mas conforme o desejo de uma maioria, que renova seus representantes a cada eleição. Os governantes são expressões do eleitorado.

De onde vem essa grana para pagar essa gastos ruins e bons? Vem dos impostos e taxas mil, vem do que é arrecadado nas participações em empresas (como sócio, ex. Petrobrás) e vem destas vendas de papéis oficiais no mercado financeiro.

Mas, o aumento na arrecadação tributária é uma medida ruim em termos políticos, a participação nas empresas depende dos contratos e dos demais sócios, logo, cada vez mais o Estado depende do que arrecada nestas vendas de papéis oficiais, da especulação financeira.

Quando o Estado brasileiro aparece mal, ele se vê obrigado a oferecer mais ganhos e garantias aos investidores.

Porém, parte dos gastos é bancada com empréstimos e financiamentos, parte fica pendurada, como divida a ser paga mais a frente.

Tudo isso forma a tal Divida Publica, enorme. O que aconteceria se amanhã o Estado perdesse a credibilidade? Tudo isso seria cobrado e as propinas sustadas. As tais reservas sumiriam no pagamento das dividas e dos resgates de papéis. O país poderia entrar no vermelho, obrigando-o a ceder, o Brasil seria cedido, os negócios dos donos do poder não.

Os donos do poder mantem o controle da situação com forte participação da grande mídia, seja pela imprensa, seja pelas novelas, campeonatos televisionados, programas de auditório, etc. Circo. E mais circo virá se os preços dos itens politicamente valiosos forem forçados para cima. Isso pode acontecer se uma crise internacional explodir. Como assim?

A vida brasileira está alicerçada por uma lista de itens – alimentos, combustíveis, comunicações, roupas, lazer, etc – que tem seus preços ditados pelo mercado internacional. Os que produzem e oferecem esses itens não querem perder, ninguém quer, logo, procuram manter seus preços vinculados as bolsas e sistemas internacionais. Se houver pressão de alta, eles subirão os preços. O Estado brasileiro, sendo parceiro maior da Petrobrás, tem mantido o preço dos combustíveis artificialmente nivelado, porque sabe do perigo político de deixa-lo flutuante: gás, diesel, gasolina e demais derivados do petróleo entram na formação dos preços de vários itens, dos pneus ao reparo em estradas, do pão a picanha, do açúcar ao papel.

A globalizar-se, o Brasil demonstrou ter uma pequena lista de itens negociáveis, basicamente agropecuários e extrativos (grãos, carnes, madeiras, minérios...), porque sempre manteve acanhados os outros setores produtivos. Para ampliar os espaços de venda destes produtos, o Brasil aceitou destruir seu parque industrial, abrindo espaço generoso e suicida para importados: eu aceito seu frango, mas você tem que deixar eu inundar seu mercado com minhas câmeras e tecidos, eu quero o seu minério, mas não quero comprar seus tratores. E investidores estrangeiros entraram comprando fazendas, usinas, terras, ou montando beneficiadoras de grãos e carnes, ou entrando como sócio capitalista – o campo também vai sendo desnacionalizado.

Não tendo investido em educação, porque educação tende naturalmente a clarear idéias, a fazer pobres disputarem espaços com ricos e a criar problemas para os tiranos, o Brasil passou a ser a “gostosa da vez” dos investimentos, entretanto, por falta de educação, está se perdendo: o povo não tem sabedoria para bem gastar e bem investir, e não há mão de obra qualificada suficiente, assim, o Brasil poderá desnacionalizar seu mercado de trabalho!

Isso tudo não seria problema se essa desnacionalização fosse apenas um mal necessário a qualificação do país como potencia industrial. Infelizmente, os altos impostos e as muitas outras dificuldades para empreendedores industriais, desanimam e tornam o imenso mercado brasileiro para bens e serviços do setor terciário e secundário (serviços e indústria) presa fácil da desnacionalização.

Enquanto isso, nossos cérebros, muitos deles formados em universidade publicas, financiadas com dinheiro publico, estão indo embora, para sustentarem o progresso de outros países, de onde importamos conhecimento, tecnologias, patentes, bens prontos, etc.

Desenvolver o próprio parque de conhecimento e tecnologia, alavancar o parque industrial e superar o atraso dependem de grossos investimentos e de compromisso com o país, infelizmente, o Estado gasta demais e mal, o setor privado não tem visão ou não se sente seguro para investir, e os interesses de grupos estão acima dos interesses do país. O nacionalismo só é lembrado quando os canalhas se vêem ameaçados por concorrentes estrangeiros mancomunados com inimigos políticos – há sempre alguém aqui ganhando com a traição ao país.

Muita gente está ganhando com a manutenção deste sistema infame que anula a capacidade inventiva e produtiva nacional, muita gente está ganhando com a abertura do mercado a importados a preço de banana.

Parte do capital que poderia ser aplicado nesta arrancada está sendo gasto hoje para rolar dividas do Estado e o pagamento dos juros praticados nos papéis do governo, negociados no mercado financeiro.

Muita gente está ganhando muito com a ajuda ao governo em sua atuação no mercado financeiro, muita gente assessorando, consultando, fazendo corretagem, etc.

E, dentre as autoridades que determinam a atuação oficial no mercado financeiro, estão os agentes de grandes bancos, como no caso do COPOM. Esses caras, obviamente, querem mais é que o governo se enrole no mercado financeiro, que mantenha os juros altos, porque eles ganham muito com isso, porque negociam esses papéis e porque fazem grandes negócios baseados nestes juros extorsivos, que eles tratam de aumentar ainda mais, a pretexto de que o mercado brasileiro continua arriscado.

Se o governo cortasse a farra da gastança, não precisaria tanto do mercado financeiro para arrecadar dinheiro. Ma, cortar a gastança é criar uma crise política descomunal. Mais uma vez, interesses de grupos ditando a vida nacional.

Se o governo cortasse a farra dos contrabandos e descaminhos, dos tráficos, do crime organizado, certamente criaria outro problema politico.

Pois bem, se no contexto internacional surgir algo mais atraente que investir nos papéis brasileiros, o Brasil entrará em crise. Se neste contexto internacional surgir algo que eleve em muito os custos do Brasil e reduza os ganhos das exportações, o país entrará em crise.

A medida que se desnacionaliza, com grossos capitais externos controlando mais e mais os setores mais exportadores e os que importam, a tendência é que estes forcem a queda dos preços de matérias primas, das commodities, derrubando os ganhos que aqui ficam.

Com o custo da crise financeira recente sendo transferido para os outros países que escaparam, teremos uma crise enorme. Uma disputa comercial e industrial entre EUA e China, previamente acordada entre eles, matará a nossa industria – isso já está acontecendo. Teremos de produzir mais commodities ainda, e com mais prejuízos ambientais, para cobrir as importações. Com o setor financeiro deles sendo mais interessante, o nosso perderá valor e o Estado entrará em crise para pagar seus gastos, assim, mais impostos e taxas, mais arrochos, preços mais altos no mercado interno, menos crédito, resultando em calotes, quebradeiras, vendas a preço de banana, mais desnacionalização...

Os grandes gastos em obras e serviços publicos terão de ser pagos de alguma forma, e aí entrarão compromissos políticos infames, o Estado privatizando-se em segredo para empreiteiras, multinacionais, fundos de pensão, máfias políticas, etc.

E todos estes grandes interesses se unirão para manter a estabilidade política interna, para calar as revoltas e transformar justas demandas do povo em atos e idéias subversivos, criminosos.

A nossa única saída seria um golpe certeiro e mortal nesta multidão de malfeitores que forma as várias máfias políticas no país, envolvendo prefeituras, governos, tribunais, parlamentos, fundos de pensão, marqueteiros, partidos, mídia, sindicatos, associações, maçonarias, igrejas, clubes de futebol, forças armadas, etc.

Nossa revoluções industrial, tecnológica, educacional, de defesa nacional, tributária, política, etc, etc, só serão bem sucedidas se previamente varrermos do mapa essa gente. Do contrário, toda e qualquer boa idéia será desvirtuada, transformada em fonte de safadezas, porque tudo passa por eles, tudo depende do aval deles.

E isso não pode depender da participação da maioria da população, porque a maioria não quer nada, segue na onda, é como folha seca ao vento, vai para onde o vento soprar.

Quando a nova crise vier, com os EUA e Europa empurrando a conta sobre os países emergentes, os governantes destes países empurrarão a conta para o seu povo, nós, e depois de nós não tem mais ninguém.

Um comentário:

Décio Cupraminn disse...

Muito fraco o texto... além de mal-escrito (crivado de erros de português), faz uma análise pra lá de superficial da situação, e chega a apontar dados totalmente inverídicos ("O Brasil destruiu seu parque industrial para importar produtos"). Isso é uma grande mentira, os investimentos INTERNOS na produção industrial nunca foram tão grandes, e isso não é um elogio ao Governo e sim ao empresariado que está perdendo o medo de colocar seu rico dinheirinho na produção. Ademais, o texto analisou superficialmente aquele que é o maior risco ao Brasil como o entendemos hoje: a Corrupção desenfrada do governo federal, e suas opções equivocadas e suspeitas de liberar a criminalidade com leis duvidosas, como a que descarceirizou o porte de droga para uso, a que revogou os crimes hediondos, e agora a que quer abrir as portas dos presídios pra quem não tem condenação definitiva.