Quem sou eu

Minha foto
Atrás sempre de um ponto de equilibrio e do desenvolvimente responsavel

8.4.11

Superando o Massacre

Ontem, ao longo do trajeto de casa, tentava entender o massacre ocorrido em Realengo e que tipo de consolo seria possível aos que saíram vivos daquilo, aos pais, amigos, etc. Um evento aterrador, porque escapa a qualquer meio de previsão, de qualquer prevenção. É a parte terrível da vida: a imprevisibilidade do Mal. Não se trata de uma agressão anunciada por um bandido, por um país inimigo, não se trata de uma força impessoal, como um terremoto, uma enchente. Trata-se de uma outra pessoa, um jovem, conhecido por alguns, reconhecidamente estranho no comportamento (e daí alvo de chacotas), mas uma pessoa que foi capaz de realizar esse mal.


E o que fazer agora? Neste momento me veio uma única certeza: de que só os fortes podem sobreviver a isso e continuar sua vida.

Precisamos ser fortes para suportar tamanha dor, porque o monstro, mesmo morto, pode continuar matando – mentalmente - as pessoas.

Nossa espécie tem peculiaridades, uma delas é a de não se conformar com os fatos, essa nossa insatisfação natural e crônica com a vida. Entretanto, neste momento, precisamos nos conformar, fazer como todas as demais espécies, pois nada mais podemos fazer para evitar o que já foi feito.

Conformar-se na certeza de que aconteceu foge completamente de nossa razão, de nossa capacidade de prevenir problemas. Fizemos o possível ao longo da vida para manter os pequenos sãos, na escola, etc. Mas não podemos fazer o impossível.

Conformar-se de que do pó viemos e para o pó retornaremos, não importando de que forma retornaremos. Vamos ser fortes, guardar as boas lembranças, deixemos ir os que já estão no outro caminho, precisamos deixa-los ir, porque é bom.

Sim, se pudesse não daria um enterro comum ao malfeitor - me reservo o direito de não dizer o que faria com ele.

A todos peço que lutemos para superar esse drama, não adianta sequer culpar as autoridades, pois o monstro foi muito hábil no seu intento.  Talvez seja uma asneira dizer que não há culpados disto.

Vamos superar, porque precisamos seguir na vida, enfrentando os seus desafios, enfrentando as coisas previsíveis, e as imprevisiveis também, honrando os que se foram, revendo nossos conceitos e na forma como tratamos os demais. Precisamos continuar vivendo.

Nenhum comentário: